9 de fevereiro de 2013

.
Criança brasileira faz tratamento com células-tronco na China



Acometida de paralisia cerebral desde o nascimento, a pernambucana Clara Pereira veio à China em busca de tratamento com células-tronco.

Possivelmente a primeira criança brasileira com essa condição a se tratar na China, Clara ficou um mês na cidade de Cantão e retorna nesta terça-feira ao Brasil.

A menina de um ano e nove meses de idade recebeu uma série de seis injeções com células-tronco e já apresenta melhoras, enquanto espera ver resultados ainda mais significativos no próximo meio ano.

A família de Clara optou por vir à China após não encontrar terapia semelhante no Brasil.

"No Brasil os médicos acham que tudo é muito novo e preferem esperar. Tudo bem esperar enquanto não é o filho deles, mas eu tenho que fazer alguma coisa por Clarinha", disse à BBC Brasil Carlos Pereira, pai da menina.A paralisia cerebral de Clara foi causada pela falta de oxigenação das células cerebrais durante o nascimento.

Embora tenha uma inteligência normal, ela perdeu boa parte do seus neurônios responsáveis pela coordenação motora, por isso não caminha, engole ou fala.

No caso de Clara, os médicos esperam que as células-tronco criem novos neurônios na área afetada do cérebro, para que a menina possa desenvolver habilidades motoras.
                                Tratamento 

As células-tronco são células capazes de se multiplicar e se diferenciar em vários tecidos do corpo humano: músculos, ossos, pele e, inclusive, neurônios.

O tratamento consiste de injeções de células-tronco extraídas do cordão umbilical de bebês nascidos na China.

A empresa de biotecnologia que oferece o tratamento tem capital estatal e utiliza material retirado de bebês que nasceram em hospitais da rede pública.

"No Brasil os cordões vão para o lixo. É um desperdício", lamenta Carlos Pereira, pai de Clara.

Os custos da viagem e internação de um mês, que somaram US$40 mil (cerca de R$ 83 mil), foram pagos com dinheiro levantado através de uma campanha de doações organizada pela família de Carla no Recife. 


                                                     
         Referência 

A China vem se tornando referência em estudos com células-tronco porque as pesquisas são permitidas e estimuladas pelo governo, em um nítido contraste com o clima de debate e indecisão que ainda envolve o tópico em outros países

Há pouco mais de um mês, o ministro de Saúde, Chen Zhu, inaugurou na província de Jiangsu a construção do maior laboratório dedicado à pesquisa de células-tronco no mundo.

O centro será localizado na área de Taizhou e terá mais de 20 mil metros quadrados de instalações.

"Acelerar o desenvolvimento das pesquisas é importante para melhorar o padrão de vida e saúde das pessoas" disse na ocasião o ministro Chen, defendendo a posição pragmática do governo chinês.

Em outros países, a pesquisa com células-tronco polariza opiniões, em particular por causa de questões éticas que envolvem a utilização de células embrionárias.

No Brasil as pesquisas com células-tronco embrionárias só foram legalizadas em maio de 2008, quando o Supremo Tribunal Federal aprovou a continuidade das pesquisas - que já tinham sido previstos na Lei de Biossegurança aprovada em 2005, mas que tiveram sua constitucionalidade questionada.

Nos Estados Unidos há clínicas particulares que oferecem tratamentos e pesquisam células-tronco, mas até o começo deste ano, o governo não dava apoio a essas iniciativas.

Em janeiro, o presidente Barack Obama anunciou o fim de restrições para pesquisas com células-tronco feitas com verbas federais, revertendo uma decisão tomada pelo seu antecessor George W. Bush. 

                                                                        
Polêmica 

O ponto polêmico é a utilização de células-tronco retiradas de embriões fecundados em laboratório.

Muitos veem os embriões como um ser humano e o uso deles para estudo significaria um atentado à vida.

"No caso da Clara nós só optamos por fazer o tratamento depois que ficou comprovado que a empresa só trabalha com células do cordão umbilical de nenês recém-nascidos", explicou Pereira.

As células-tronco retiradas do cordão umbilical são do tipo pluripotentes, ou seja, tem capacidade de produzir novas células em quase qualquer tecido do corpo humano onde forem empregadas, mas não se reproduzem ou se multiplicam.

Já células-tronco retiradas no estágio inicial da formação de um feto podem ser totipotentes, podem produzir qualquer tipo de tecido e se multiplicar criando vida independentemente.

Pesquisadores defendem o uso das células-tronco embrionárias ao invés das umbilicais, pois as primeiras podem ser produzido em laboratório, enquanto que as outras depende de doações. 

 

Renascido no Vitória, Roger sonha com o dia em que a filha verá um de seus gols


Roger ficou em evidência nesta temporada por se reerguer no Vitória e disputar a artilharia do Brasileirão após uma passagem rápida e frustrada pelo Fluminense. Longe dos holofotes do futebol, um drama familiar também encontrou uma luz no fim do túnel quando o goleador chegou a Salvador. Na capital baiana, Roger conheceu a história da menina Manu e reabasteceu as esperanças de sua filha Giulia, de três anos, um dia poder assistir a um gol marcado pelo pai.

No 110º aniversário do Vitória, uma missa foi realizada na Igreja de Nosso Senhor do Bonfim. Roger compareceu, mas, como é evangélico, preferiu esperar do lado de fora durante a celebração. Enquanto aguardava, o atacante recebeu um panfleto e conheceu a batalha enfrentada por uma menina de um ano e seis meses em busca de dinheiro para se tratar na China. Manu tem hipoplasia do nervo ótico, má formação genética que não permite que ela enxergue. Exatamente o mesmo problema da filha do atleta.

- Vi o panfleto, pensei como era grande a coincidência, e a amizade com a família dela começou ali. Já tínhamos visto um tratamento na Inglaterra, mas achávamos algo muito distante. Quando fomos na casa deles, a Luciana (mãe de Manu) já tinha todas as informações sobre o tratamento na China. Embarcamos juntos e começamos a ajudar na campanha – disse o goleador.

O método de tratamento apresentado a Roger envolve o uso de células-tronco. Como é caro (custa cerca de R$ 100 mil), o Rubro-Negro baiano, o próprio camisa 9 e outros jogadores resolveram abraçar a causa da pequena torcedora do Leão. O mais engajado foi o goleiro Viáfara.

- Apesar de ele não ter a mesma identificação que eu, acho que o Viáfara ajudou porque é pai. Acho que ele se sensibilizou pelo fato de ter uma filhinha da idade da Manu. Ele surpreendeu. Não é qualquer um que compra essa briga. Ele é um exemplo – disse o atacante.

                            Pequenas pioneiras 

Em agosto, Giulia e Manu viajaram para a China, onde passaram 35 dias. As duas meninas foram as primeiras brasileiras a se submeterem ao tratamento com células-tronco para recuperarem a visão. Antes delas, apenas uma menina pernambucana chamada Clara havia testado a tecnologia, mas para tratar uma paralisia cerebral. De volta ao Brasil, as duas já dão sinais de resposta ao tratamento.

- Minha filha tinha um problema hormonal que pode ter sido a causa da atrofia do nervo. Na terceira aplicação na China, os níveis já estavam regularizados. Ela já melhorou em relação à percepção da luminosidade. No sol ela fecha o olhinho, mas temos que aguardar de 3 a 6 meses para que as células-tronco se desenvolvam – disse Jackson de Oliveira, pai de Manu.

Roger afirma que Giulia também evoluiu após a viagem ao Oriente. O jogador comemora a pequena melhora até o momento e se emociona com o que acredita que ainda está por vir.

- Ela agora sabe se é dia ou noite, se está claro ou escuro. Para nós é uma vitória muito grande, já que ela não tinha essa sensibilidade. O pouco, para quem não tem nada, é muito. Eu me emociono só de pensar que ela poderá ver um gol meu. Sonho com o dia em que ela vai poder ir a um estádio e entender a minha profissão. Quero que veja o que foi feito para que dê valor aos pais e à vida. E entenda o amor que foi dado a ela e retribua ajudando outras pessoas.

Roger já balançou as redes 13 vezes nesta edição do Campeonato Brasileiro. A última vez em que o artilheiro deixou sua marca foi nesta quarta-feira, no empate com o Flamengo, no Barradão. Com o resultado, o Vitória chegou a 40 pontos na tabela de classificação, e agora é o 8º colocado.

Fonte: GloboEsporte.com

          Células-tronco podem curar a surdez, mostra pesquisa

LONDRES (Reuters) - As células-tronco podem ajudar pessoas surdas a recuperar a audição, segundo uma pesquisa britânica ainda em estágio inicial.

Uma equipe da Universidade de Sheffield anunciou na quinta-feira a descoberta de como fazer as células-tronco se comportarem como células sensoriais ciliadas, ou neurônios auditivos, que poderiam então ser cirurgicamente implantadas no ouvido para restaurar a audição perdida.

O pesquisador Marcelo Rivolta disse que essa abordagem, que está sendo testada em animais, tem um potencial significativo, mas ainda falta muito para ser oferecido a pacientes.

"Vai levar vários anos antes que estejamos em condição de começar a fazer testes em humanos", disse ele por telefone.

As células que captam os sons só podem ser criadas no ventre, o que significa que não há como restaurá-las quando danificadas, o que resulta em perda permanente da audição.

Mas essa situação pode ser dramaticamente alterada pelo uso das células-tronco - "manuais de instrução" capazes de dar origem a qualquer tecido ou órgão do corpo - para gerar esse tipo de célula em laboratório..

A pesquisa segue os passos de um outro grupo britânico que, num trabalho mais avançado no campo oftalmológico, pretende realizar em 2010 ou 11 os primeiros testes clínicos com células-tronco para o tratamento da degeneração macular, uma causa frequente da cegueira em idosos.

Os médicos esperam no futuro usar as células-tronco para tratar diversas doenças, como o mal de Parkinson, a diabete e o câncer. Mas abordagens localizadas para os olhos ou ouvidos podem ser um promissor primeiro passo, já que há menos células envolvidas.

Rivolta e seus colegas usaram células-tronco fetais, embora também estejam investigando o potencial de células-tronco embrionárias e adultas.
Estudos em laboratório mostram que as novas células derivadas do tecido fetal se comportaram e funcionaram como as células normais em ouvidos em desenvolvimento.

"Esta pesquisa é incrivelmente promissora e abre possibilidades excitantes ao nos deixar mais próximos de restaurar a audição no futuro", afirmou Ralph Holme, diretor de pesquisas biomédicas do Real Instituto Nacional para os Surdos da Grã-Bretanha, que participou do financiamento da pesquisa.

Detalhes da pesquisa foram publicados na revista Stem Cells e devem ser apresentados na semana que vem numa conferência em Oxford.

Fonte:O Globo Online

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Nos ajudem a melhorar,dizendo o que acharam do nosso Blog.